Abordagens Conceituais


Lixo Eletrônico é uma designação dada aos resíduos provenientes do descarte de equipamentos eletrônicos. Como celulares, aparelhos de som, computadores, etc. Estes constituem um grupo que oferece um sério risco à saúde da sociedade e ao meio ambiente. Pois em sua composição possuem metais pesados e altamente tóxicos, como o Mercúrio, o Cádmio, o Berílio e o Chumbo. Seu descarte indevido polui o ar, em contato com o solo, poluem a terra e o lençol freático, além, de causar inúmeras doenças aos homens, como os catadores dos lixões. [1]
Elementos tóxicos presentes em diversas partes de um computador. [1]
Elemento
Onde se localiza
Efeitos tóxicos no ser humano
Chumbo
Tubos de raios catódicos e soldas
Danos neurológicos, renais e sanguíneos
Vanádio
Tubos de raios catódicos
Distúrbios gastrointestinais, inapetência
Bromo
Retardantes de chama em circuitos impressos, fios e cabos
Desordem hormonal, nervosa e reprodutiva
Antimônio
Alguns tipos de retardantes de chama
Nefrite, problemas cardiovasculares e gastrointestinais.
Cádmio
Algumas baterias, soldas e circuitos integrados
Danos aos ossos, rins, dentes e pulmões. Possível agente cancerígeno
Bário
Vidro (tela) de um tubo de raios catódicos
Distúrbios gastrointestinais, convulsões, hipertensão, lesões renais e cardíacas
Mercúrio
Soldas, termostatos e sensores
Danos neurológicos e hepáticos
Berílio
Liga antifricção (cobre-berílio)
Edema e câncer pulmonar
  
Teor médio de elementos de alto valor agregado presentes em placas de circuito impresso de EEE (mg kg)

Elemento
Computador (placa-mãe)
Celular
Calculadora
Ouro
250
350
50
Prata
1.000
1.390
260
Paládio
110
210
5
Cobre
200.000
130.000
30.000
Alumínio
5.000
1.000
5.000

* Dados apresentados por Peter Bornard (ex-diretor do sistema suíço de gestão dos EEE) no Seminário Internacional de Resíduos Eletroeletrônicos (Belo Horizonte, agosto de 2009) [1]

Metais pesados presentes em lixo eletrônico
Os metais pesados estão situados, na tabela periódica, perto da parte inferior, sendo suas densidades altas em comparação a de outros materiais comuns. Embora pensemos nos metais pesados como poluentes da água e como contaminantes de nossos alimentos, eles são sua maioria transportados de um lugar para o outro por via aérea, seja como gases ou como espécies adsorvidos sobre ou absorvidas em material particulado em suspensão. [2]
Chumbo
Embora a concentração de chumbo, Pb, esteja crescendo em algumas partes do planeta, as aplicações que resultam ,e sua dispersão descontrolada vêm sendo bastante reduzidas nas últimas duas décadas em muitos países ocidentais  e, como consequência, sua concentração ambiental tem diminuído substancialmente. [2]
O chumbo no ambiente e seus efeitos sobre a saúde
Em contraste com o caso do mercúrio, pouca ou nenhuma metilação de chumbo inorgânico ocorre na natureza. Uma grande proporção do chumbo presente no meio ambiente em muitas partes do mundo tem origem na emissão veicular e ocorre principalmente na forma inorgânica. [2]
A maior parte do chumbo que percorre o organismo humano está inicialmente presente no sangue, porém essa quantidade vai se elevando até alcançar um platô, e o excesso penetra nos tecidos macios, inclusive os órgãos, entre os quais se destaca o cérebro. [2]
Em níveis elevados, o chumbo inorgânico (Pb2+) é um veneno metabólico geral. Os efeitos do envenenamento causado pelo chumbo eram conhecidos pelos antigos gregos, que perceberam que tomar bebidas ácidas em recipientes revestidos com substancias contendo chumbo resultava em enfermidades. [2]
Os grupos humanos de maior risco a baixos níveis de chumbo são os fetos e as crianças menores de sete anos; esses grupos são mais sensíveis ao chumbo do que os adultos, devido, em parte, ao fato de absorverem um maior percentual de chumbo na dieta e ao desenvolvimento rápido de seus cérebros. O metal atravessa facilmente a placenta e passa da mãe para a criança em formação; devido à imaturidade da barreira sangue-cérebro do feto, pouco pode ser feito para impedir a entrada do chumbo em seu cérebro. O principal risco do chumbo com relação a crianças é a interferência no desenvolvimento normal do cérebro. [2]
 
Cádmio
O cádmio (Cd) encontra-se no mesmo subgrupo da tabela período que o zinco e o mercúrio, sendo mais similar ao primeiro. A maior parte do cádmio é produzida como subproduto da fusão do zinco, já que os dois metais ocorrem usualmente juntos. Um uso importante do cádmio é como um dos eletrodos das bateiras recarregáveis “nicad” (níquel-cádmio) usadas em calculadoras e aparelhos similares. [2]

Cádmio e o meio ambiente
Do ponto de vista histórico, todos os episódios de contaminação por cádmio resultaram de poluição por explorações em minas ou fundições não ferrosas. O cádmio apresenta toxicidade aguda: a dose letal é de aproximadamente um grama. Os seres humanos estão protegidos contra a exposição crônica a níveis baixos de cádmio pela proteína rica em enxofre metalotioneína, cuja função é regular o metabolismo do zinco. A carga média de cádmio em seres humanos está aumentando, e, no Japão, a quantidade média diária ingerida está começando a se aproximar do máximo recomendado pelas autoridades sanitárias, embora esse limite esteja estabelecido com um grande fato de segurança em relação aos níveis em que poderiam ocorrer efeitos prejudiciais a saúde. As áreas de maior risco de contaminação por cádmio são o Japão e a Europa central; em ambas as regiões, a poluição do solo por cádmio é particularmente alta por causa da contaminação originada por processos industriais. [2]